Coisa de criança

Vinha eu mexendo os pés em forma de oitos no fundo da carroça do Nino quando passei na porta dum buraco de mata.

Desde criança que gosto e regosto de vortear, abrindo mata gostoso.

Pisar folha seca e quebrar galho fino.

Ê… Que o olho até tilintou. Beleza!
Dei logo um pulo e um brigaaado, Sô Nino.
Olhei de olho esquerdo a estrada que enroscava a carroça e de olho direito o mato em que eu ia me enroscar.
Ajeitei o calção e pisei o chinelo de dedo com vontade.

Cuspi no chão e aprumei o esqueleto. Olhei pra baixo com a cabeça e pra frente só com os olhos. Sabe como é né?

Encarei divera. Topei cipó, embiquei toco de árvore, arranquei espinho com o braço, mas cheguei.

Água limpinha que até doía.

Devia ser boa, devia ser gostosa, devia refrescar, matar a vontade, saciar, devia dar prazer.

Mas deu hora de voltar pra casa! Era hora de menino tomar banho pra jantar e dormir.

E da água, só senti a temperatura.