Coisa de criança
20/03/2012 Deixe um comentário
Vinha eu mexendo os pés em forma de oitos no fundo da carroça do Nino quando passei na porta dum buraco de mata.
Desde criança que gosto e regosto de vortear, abrindo mata gostoso.
Pisar folha seca e quebrar galho fino.
Ê… Que o olho até tilintou. Beleza!
Dei logo um pulo e um brigaaado, Sô Nino.
Olhei de olho esquerdo a estrada que enroscava a carroça e de olho direito o mato em que eu ia me enroscar.
Ajeitei o calção e pisei o chinelo de dedo com vontade.
Cuspi no chão e aprumei o esqueleto. Olhei pra baixo com a cabeça e pra frente só com os olhos. Sabe como é né?
Encarei divera. Topei cipó, embiquei toco de árvore, arranquei espinho com o braço, mas cheguei.
Água limpinha que até doía.
Devia ser boa, devia ser gostosa, devia refrescar, matar a vontade, saciar, devia dar prazer.
Mas deu hora de voltar pra casa! Era hora de menino tomar banho pra jantar e dormir.
E da água, só senti a temperatura.